Viajar é encontrar-se a si mesmo diante de paisagens diversas

Traveling is finding yourself in face of different landscape

Curador:
Sandro Leite

Artistas:
Jailton Leal
Isabela Costa

As motivações para viajar: Por que viajamos? Porque já fomos nômades!

As experiências arquetípicas do viajar: Viajar é um processo: um ir, transitar e retornar. É por isso cíclico e se configura como uma condição arquetípica representada pela personagem heroica: aquele que deixa o conforto do seu lar e do amor de sua família para conquistar o mundo. Desbravar novos lugares, povoados, culturas, sabores, crenças é um continuum de descobertas e pressupõe a intuição de que há reinos além da esfera de minha consciência que precisam ser explorados: viajando, amplio a mim mesmo! Me emolduro diante de diversas paisagens! Me reconheço diverso e assim vou conquistando (ou recompondo) a suposta inteireza de meu ser!

E quando viajar vira arte? Não foram os viajantes do século XIX equipados com seus aparelhos fotográficos a fazerem os primeiros registros das coisas. Embora conseguissem capturar com fidelidade todo tipo de tema e com isso tivessem contribuído para deflagar uma revolução no campo das artes como, por exemplo, o sincretismo entre ocidente e oriente que é representativo na pintura Simbolista e uma ruptura com as formas de representação que culminaria na Arte abstrata, antes deles muitos viajantes já se arriscavam nas inóspitas e selvagens paragens, como a exploração do Novo continente e suas terras férteis e paradisíacas, cujos registros inundaram o Velho continente.

E muito antes disso, parece que está no DNA humano uma predisposição para a exploração e apropriação dos espaços/ coisas – Nós, habitantes das cavernas, começamos primeiramente a explorar o que estava perto (meu corpo, minha casa) e a fazer registros gráficos (pinturas parietais) e depois nos aventuramos cada vez mais distante para além de onde os olhos conseguiam focar. Hoje, atravessamos a fronteira planetária, explorando horizontes que desafiam e complementam nossa imaginação.

E os artistas, o que fazem por nós? Viajam! Vão muito além de onde iríamos! Se aventuram por instâncias que talvez jamais alcançaríamos! Imaginam coisas que não imaginaríamos que pudessem ser imaginadas! Olham para aquilo que pelos nossos olhos passariam imperceptíveis! Registram aquilo que é aparente, mas ainda não consciente!

Dois percursos: Dois jovens artistas brasileiros nos convidam a viajar! Jailton Leal, com apurado olhar artístico, explora no Brasil lugares de imensos contrastes e belezas. Isabela Costa, nos convida a uma viagem imaginária despertada pelo confronto entre culturas incorporando o papel do viajante estrangeiro e todas as percepções oriundas deste confronto.

Viaje!