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Cotidianos: e a vida continua...

Daily Life: and the life goes on...

Curador:
Sandro Leite

Artistas:
Frederico Martinho
Habib Qasimi
Khadim Dai
Luiz Padovan
Max Harper

O ato de fotografar é revelador de histórias. Aliás, todas as imagens contam histórias!
Uma imagem nos captura pelo instante fotografado, pelo recorte, pela exatidão (ou até mesmo pela distorção ou desfoque) e por narrativas que podem ser contadas e recontadas. Mas também por indagações: nos faz pensar, refletir, compreender, repudiar...

Munido de um aparato tecnologicamente sofisticado, os fotógrafos andarilhos são testemunhas, captadores e construtores de imagens. Trazem à luz registros que vão além de nossas experiências cotidianas, ampliando assim os limites de nossa percepção para além do que poderíamos, um dia, sonhar conhecer.

Os cotidianos são daqui e de lá: América do Sul, América do Norte, Europa, África e Ásia... de grandes incêndios, da miséria humana, do dia a dia, mas também de esperanças. Antes da pandemia já vislumbrávamos uma aproximação entre as culturas. Uma aproximação que pode se realizar por escolhas como conhecer outros países, pessoas, costumes, mas também pelo desespero. As migrações, assim como as contundentes intervenções humanas sobre a natureza afetam, há tempos, as culturas. Seja pela miscigenação, pela aculturação ou pela remodelação dos guetos, vivemos tempos turbulentos.

Muitas vezes acostumar-se às mazelas cotidianas seja o bálsamo para não enlouquecer. Muitas vezes acostumar-se às mazelas cotidianas seja sabedoria. Muitas vezes acostumar-se às mazelas cotidianas seja a condição para se evitar novos conflitos, novas guerras. Adaptar-se ao cotidiano é garantia de sobrevivência! E a esperança? Muitas vezes repousa sob os escombros, por debaixo das sombras, no ardor das chamas. Outras vezes se reveste em discursos políticos, panis et circenses, imagens idealizadas, propagandas de produtos que prometem milagres.

Mas o que perpassa o cotidiano, daqui e de lá? A condição humana!

A beleza de um registro fotográfico se assenta, prioritariamente, na presunção de que aquilo que se retrata vire tema. E para que servem os temas? Servem como tentativas desesperadas para que a vida não morra, não padeça em solidão (mesmo que o tema retratado seja sobre solidão). Servem para que verdades sejam relevadas ou ideias sejam promulgadas, para que opiniões sejam formadas, para que sentimentos transbordem e afetem outras e tantas pessoas. Servem para mostrar presenças e ausências, possibilidades e desafios.

Fotógrafos andarilhos revelam... modus vivendi.

Entre eles estão Luiz Padovan do Brasil, Max Harper de Los Angeles, Habib Qasimi do Paquistão, Frederico Martinho de Portugal e Khadim Dai do Afeganistão.